30 janeiro, 2006

Amizades telepáticas

Tenho grandes amigos... daqueles que, só de pensar neles, no jeitinho deles, nos rostinhos, nas risadas, na amizade que a gente têm, meu dia já melhora e eu fico mais feliz, tamanho o afeto que eu nutro por esses seres.

Porém talvez eu seja um tanto que relapsa com minhas amizades. Posso parecer muito distante, não escrever, não telefonar... Mas juro, isso realmente não é por mal. É o meu grande problema de achar que telepatia funciona.

Sempre me vejo em grandes conversas imaginárias com meus amigos. Imagino-os dividindo as histórias que eu leio nos livros, os filmes que vejo no cinema, as músicas que eu ouço. Entro em profundas e filosóficas discussões mentais, exponho meus pontos-de-vista, ouço os deles, chegamos a conclusões.

A maior parte dos meus amigos está distante fisicamente. Cada um construindo suas vidas, seguindo seus caminhos, alguns bem longe das estradas que eu ando nos meus dias. Mas quantas e quantas vezes já levei alguém junto comigo nas minhas caminhadas solitárias pelo campus da universidade! Quantas e quantas paisagens já dividi! Tantas conversas e devaneios na varanda de casa, sentindo aquela brisa no rosto...

Todas essas companhias imaginadas tentam me aliviar daquele apertozinho no peito que chamamos de saudade. Ai, que vontade que você estivesse aqui comigo agora! Eu os faço estar. Na verdade, a minha imaginação só faz revelar a presença que já existe: meus amigos estão dentro do meu coração.

São momentos meus que eu tento tornar nossos. Isso me faz sentir tão próxima deles... Será que eles sentem isso?