25 maio, 2006

Mágica

Os ingressos foram comprados, e eu nem sabia direito do que se tratava. Conhecia algumas poucas músicas e fotos, mas tinha muitas, muitas boas referências de queridos amigos.

Na porta do antigo cinema transformado em teatro, pessoas animadas, meninas com fitas no cabelo, casais simpáticos. Todos numa comprida fila que mais parecia uma grande reunião de velhos conhecidos. A atmosfera da cidade cinza já começara a ser transformada logo no início.

Ao entrar na sala, espantei-me ao ver que ninguém ocupou as cadeiras: todos ficaram em torno do palco, de pé, esperando o início do espetáculo.

O espetáculo... Músicos sorridentes com rostos pintados, dançarinos, acrobatas, malabares, cores, bom-humor e poesia... poesia em tudo! Em todos os movimentos, em todas as frases, em cada canção, tudo mostrava-se poético, carregado de romantismo e simplicidade encantadores.

Nas palavras ditas, a verdade simples revelava-se. Epifanias a todo instante. As canções soavam verdadeiras aos ouvidos e aos corações de cada espectador. “Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”, cantavam todos, com pequenas velas acesas nas mãos, iluminando com a luz amarela todo o teatro. Um Teatro Mágico.