29 junho, 2006

Su

Quando floresceu em ti os primeiros ares de mulher, você se apaixonou. E com este teu primeiro amor, sonhou os teus primeiros sonhos de menina-moça. Sonhos vividos em desenhos de folhas de caderno, por vezes talhados em timidez e proibições.

A vida te soprou outros ventos, e estes te trouxeram outros amores. Escolheste um para viver ao teu lado, e com este vivera a doce alegria do sim. Vi teu sorriso reluzente de mulher na linda noiva que ajudei a vestir. O longo e branco vestido, a saia redonda e ampla, quando balançava fazia realizarem-se as antigas brincadeiras de princesa.

Com este amor também você sofreu a amarga dor da desilusão. Em meu ombro, ouvi teu choro mais triste, com o coração sangrando e dizendo não mais acreditar em nada. Na sua tristeza, você soube quando era hora de se recolher, mas também quando era hora de sair e dançar.

Você não se entregou a tristeza. Quando todos esperavam lágrimas e silêncio, você se resignou e respondeu com sorriso e com música. Você não se entregou, e a vida lhe sorriu novamente. Como numa história de conto-de-fadas, a vida te trouxe de volta o seu primeiro amor. Como se ele estivesse apenas aguardando, perene. Esperando o momento certo para que você pudesse abraçá-lo de corpo e alma.

Hoje encontrei uma foto de vocês dois. Nessa foto, vejo estampada em seu sorriso a felicidade de quem vive o amor dia-a-dia. Esta felicidade que você sempre mereceu. Pela sua sinceridade consigo mesma e com os outros, pela sua persistência em querer ser feliz, pelo seu não querer se entregar e, principalmente, por jamais ter medo de amar.

Obrigada por ser sempre um exemplo maior para mim, minha amiga.