29 maio, 2006

Paraíso se mudou para lá

Na fazenda, o céu mais estrelado de toda minha vida! Fiquei a contemplá-lo por muito tempo, maravilhada com os incontáveis pontos que cintilavam na imensidão. Também um pouco entristecida pelo fato de que as luzes da cidade não me permitem ver tanta beleza que sempre esteve sobre a minha cabeça, todos os dias.

Olhar um céu assim me faz pensar em coisas muito grandes, como a vastidão desse Universo, e também em coisas relativamente muito pequenas, como a minha vida. É bom pensar nessas duas coisas juntas.

Estrelas cadentes riscavam o céu por frações de segundo: pedidos e pensamentos bons. :-)

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
[Olavo Bilac]

26 maio, 2006

Solitude

"Absence cools moderate passions, and inflames violent ones; just as the wind blows out candles, but kindles fires."
[Duc De La Rochefoucauld François]

25 maio, 2006

Mágica

Os ingressos foram comprados, e eu nem sabia direito do que se tratava. Conhecia algumas poucas músicas e fotos, mas tinha muitas, muitas boas referências de queridos amigos.

Na porta do antigo cinema transformado em teatro, pessoas animadas, meninas com fitas no cabelo, casais simpáticos. Todos numa comprida fila que mais parecia uma grande reunião de velhos conhecidos. A atmosfera da cidade cinza já começara a ser transformada logo no início.

Ao entrar na sala, espantei-me ao ver que ninguém ocupou as cadeiras: todos ficaram em torno do palco, de pé, esperando o início do espetáculo.

O espetáculo... Músicos sorridentes com rostos pintados, dançarinos, acrobatas, malabares, cores, bom-humor e poesia... poesia em tudo! Em todos os movimentos, em todas as frases, em cada canção, tudo mostrava-se poético, carregado de romantismo e simplicidade encantadores.

Nas palavras ditas, a verdade simples revelava-se. Epifanias a todo instante. As canções soavam verdadeiras aos ouvidos e aos corações de cada espectador. “Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”, cantavam todos, com pequenas velas acesas nas mãos, iluminando com a luz amarela todo o teatro. Um Teatro Mágico.

22 maio, 2006

Chuva e abraço

Dizem que hoje é o dia do abraço. Sei lá da onde inventaram isso. Mas hoje está um dia frio e chuvoso, e acho que realmente nada melhor que um abraço bem carinhoso e demorado num dia como esse.


Nesses dias cinzas as ruas parecem ficar mais quietas, as pessoas mais introspectivas. Paira um certo ar de melancolia, de saudade silenciosa. E acho que é por isso que um abraço combina tão bem com dias assim: uma forma silenciosa de compartilhar sentimentos.

Os sentimentos podem ser muitos, podem ser carregados de significados, de conseqüências, de intensos sabores. Mas o sincero gesto de abraçar concentra essencialmente todas essas paixões em um ato final, numa conclusão simples e definitiva, uma mensagem silenciosa: como é bom ter você perto de mim.

16 maio, 2006

O advérbio de negação

Não posso pegar nem um ônibus.
Não posso ir a nenhum lugar.
Não passa nenhuma alma viva na rua da minha casa.
Não vai ter aula.
Não vou poder dar aula.
Não, não, não. Bem longe de estar “tudo bem”.

10 maio, 2006

Paliativo

Só hoje
[Música de Rogério Flausino e letra de Fernanda Mello]

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
Te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Que te faça rir
Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre
Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

09 maio, 2006

Chega de Saudade

[Tom Jobim e Vinícius de Moraes]
Vai minha tristeza
E diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade
É que sem ela não há paz
Não há beleza
É só tristeza
E a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim
Colado assim
Calado assim
Abraços e beijinhos
E carinhos sem ter fim
Que é prá acabar com esse negócio
De viver longe de mim
Vamos deixar desse negócio
De você viver sem mim

08 maio, 2006

Vi-dente

Enquanto isso, no orkut...

Today's fortune
:
Everything will now come your way

06 maio, 2006

Na voz do Milton

Eu sei que vou te amar
[Tom Jobim e Vinícius de Moraes]
Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu sei que vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar, a cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu por toda a minha vida.