21 março, 2006

Flores, flores

É noite, e a cidade põe-se a dormir. Lojas fechadas, semáforos piscando em amarelo. Nas janelas dos edifícios, o que se vê são ora quartos escuros, ora com luzes tênues de abajur ou oscilações coloridas de imagem de televisão. O barulho do dia se foi. Rasgando o silêncio, apenas o som de um carro ou outro que passa com pressa pela rua.

Na vitrine quase escura da floricultura fechada, lindas flores cor-de-rosa. Apesar da falta de luz, impossível não notar tanta exuberância nas tonalidades e perfeição nas formas. Orquídeas, lírios, azaléias e muitas outras flores em belos arranjos que, mesmo trancados naquela redoma de vidro, exalavam um perfume doce que sentia-se do lado de fora.

Fiquei a imaginar os sorrisos que aquelas flores provocariam, imaginar os tantos motivos de receber e enviar flores, os casais apaixonados, os aniversariantes felizes, acontecimentos importantes, as pessoas agradecidas, alguém querendo enfeitar a casa.

O silêncio sério da noite fora substituído pelo delicado silêncio das flores na vitrine.

Flores provocam sorrisos. Até flores assim, ainda sem destino certo. Que linda vitrine de cores, formas, perfumes e sorrisos guardados...

15 março, 2006

Ontem

O dia amanhece normalmente, como qualquer outro dia. O Sol está no mesmo lugar, o ônibus passa no mesmo horário, o iogurte tem o mesmo gosto. Não há aparentemente nada de estranho, nada de anormal.

Mas algo parece conspirar para que tudo me seja ruim. Por que será que tenho esses dias onde tudo, absolutamente tudo que tento fazer não dá certo ou não me agrada de alguma maneira? O código não compila, aquela dorzinha de cabeça fica latejando o dia todo, o cardápio tem só beringela e carne de porco, o ar condicionado está frio demais e não, não há nenhum e-mail agradável no meu inbox. Eu me sinto a última e pior das mortais.

Será o famoso "levantar com o pé esquerdo"? Nunca prestei muita atenção com que pé eu levantei... Talvez eu deva preocupar-me mais com isso, talvez colar um aviso no teto, em cima da cama: Olha o pé!

Acho que precaução com pés não vai me eximir de ter os meus maus dias, vez ou outra. Aliás, o que me aterra é essa coisa de "vez ou outra". Nunca sei quando vai ser um dia ruim. Se soubesse que um desses estivesse começando, faria de tudo para evitá-lo. Talvez nem saísse de casa. Mas descubro isso mais ou menos as 18, 19h. Naquele momento que olho o pôr-do-Sol.

Olhar o pôr-do-Sol é o instante de passar a régua e calcular as perdas e os ganhos do dia. Mesmo inconscientemente, eu faço isso. Se a sensação que eu tenho ao olhar o Sol é aquela de "missão cumprida", de satisfação com a vida, de esperança no novo dia que vem amanhã, isto é sinal de que o dia foi bom. Por outro lado, se a sensação que sinto é a de "finalmente está acabando", decerto que tive um desses dias ruins.

É triste chegar a conclusão de que tive um dia ruim. Dá aquela sensação de chorar pelo leite derramado, de que eu podia ter sido um ser humano melhor, de que eu não me esforcei o suficiente. E tentar concertar o dia ruim na noite que resta, isto eu também descobri que não dá muito certo. Fatalmente já estou muito cansada e mau-humorada, querendo muita atenção e compreensão. Só que infelizmente ninguém é adivinho para saber das minhas necessidades. E também todas as outras pessoas do mundo têm as suas próprias necessidades, que eu também não sou adivinha para saber logo de cara. Enfim: é um cenário perigoso, onde ficar tentando encontrar o consolo para todas as minhas misérias provavelmente fará sentir-me ainda mais miserável.

Acho que a melhor atitude a tomar depois de um dia ruim é tentar chegar o quanto antes em casa. Tomar um banho quietinha, silenciosamente comer alguma coisa e ir dormir. "Chega por hoje", como diria o saudoso tiozinho da Biblioteca Central. O bom do dia ruim é que, inevitavelmente, ele é como todos os outros: dura apenas 24 horas.

14 março, 2006

Celebrate good times, come on!

Happy Pi day to you,
Happy Pi day to you,
Happy Pi day everybody,
Happy Pi day to you!

E feliz aniversário também ao jovenzinho de 127 anos, Albert Einstein!

13 março, 2006

Se conselho fosse bom...

Nessas navegadas bobas pela net, achei por acaso um blog bem divertido chamado Megeras Magérrimas (aliás, acho que o superlativo correto seria macérrima, não?). Neste blog, há uma seção bem-humorada e muito informativa entitulada Manual Prático para Bofes Bem, ou simplesmente MPB2. Diquinhas, diquinhas...

Tá na mesa

Adoro cozinhar... Cozinhar devagar, sem pressa. Sentir o cheiro da comida que vai ficando pronta. Cortar as coisas delicadamente, mexer... Adoro a diversidade das colheres, espátulas, as facas bem afiadas, as cores dos ingredientes. Inventar receitas novas, misturar sabores que gosto.
Cozinhar é terapêutico. Relaxa, distrai, alegra. É um ritual de amor do cozinheiro para quem vai comer o prato que está sendo preparado. Cozinhar com carinho é o grande passo para que o resultado seja delicioso, por mais simples que seja a receita.

Meu bolo de banana
Ingredientes
8 bananas médias
1 ovo
5 colheres de açúcar
250 ml de leite
3 colheres de mel + um pouco para o final
1 colher de canela
7 colheres de farinha integral
3 colheres de aveia em flocos
3 colheres de granola com frutas secas
1 colher de fermento
1/2 limão
1 copo de água

Pra começar...
Esprema o limão e misture-o na água. Separe esta solução. Lave direito a mão depois disso, porque limão mancha a pele, viu!
Amasse com um garfo 5 bananas e acrescente 4 colheres da solução de limão à mistura. Amasse bem, até ficar uma massa bem bonita! Reserve.
Fatie as 3 bananas que sobraram. Corte cuidadosamente em pedaços regulares, com um pouco menos de 0,5 cm de espessura. Deixe as fatias de molho na solução de limão restante.
Peneire a farinha e misture-a com a aveia e com a granola. Reserve.
Peneire o açúcar e reserve-o. Peneirar coisas lembra aquela época que a gente brincava na areia da praia, com o baldinho, a peneira e as pazinhas...
Misture 1 colher do açúcar peneirado com a canela e reserve. Canela tem o cheiro tão gostoso...
Separe a clara da gema, bata a clara em neve e reserve as duas partes. Clara em neve é tão bonito, né?

Preparo
Com a batedeira, bata a gema, as 4 colheres de açúcar restantes, o mel e a mistura de banana amassada até obter uma massa bem homogênea. Em seguida, dispense a batedeira e adicione à massa alternadamente um pouco da mistura de farinha, aveia e granola e um pouco de leite, mexendo carinhosamente com um fuê (esse instrumento de cozinha tão bacana!) ou com um garfo grande. Depois, acrescente a clara em neve: coloque metade da porção, misture delicadamente e depois coloque a outra metade. Assim, a massa vai ficar com uma textura bem aerada... No final, adicione o fermento e misture com cuidado, apenas o necessário para dissolver o fermento.

Finalizando
Coloque a mistura da massa numa forma untada e enfarinhada (de preferência de aro removível). Descarte a solução de limão das fatias de banana, escorrendo-as. Distribua uniformemente as fatias de banana sobre a massa do bolo, cobrindo-o para ficar bem bonito. Com auxílio de uma pequena peneira, cubra o bolo com a mistura de canela e açúcar, fazendo uma camada fina e uniforme. Coloque em forno pré-aquecido e asse a 200 graus por cerca de 30 minutos. Deixe a porta da cozinha bem aberta para perfumar a casa toda com o aroma maravilhoso da massa assando, o cheirinho da banana com canela e açúcar...
Depois de assado, remova o bolo da forma e coloque numa bandeja bem bacana... Coloque também um pouco de mel a gosto por cima para ficar mais bonito e gostoso. Sirva com um sorriso, coma com outros mais.

07 março, 2006

Tudo posso Naquele que me fortalece

[1 Coríntios 13:1-13]

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.

Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.

Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo protege, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.

Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.

Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.

Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.

Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.

04 março, 2006

Feira livre

Eu adoro dormir até tarde. Mas hoje, meio sem querer, acordei cedo. O despertador tocou bem antes da hora que eu precisava levantar, pois tinha esquecido que era sábado...

Levantei da cama, tomei aqueeeele banho e aproveitei para ir passeando calmamente até a escola de dança.

No meio do caminho, na frente da igreja, há uma feira livre aos sábados. Eu sempre desvio dela, para não perder hora. Mas hoje ainda estava tão cedo...

Como é legal feira livre! Fazia tempo que eu não passeava por uma dessas... Todas aquelas bancas coloridas, cheias de frutas, exalando um doce perfume de dar água na boca. A barraca de pastel, claro, sempre cheia. Os temperos, as batatas, os ovos empilhados, os doces, os peixes e queijos... Tudo tão bonito, tantas cores e aromas.

Neste bairro ainda moram muitas pessoas mais velhas. E de manhã vi vários senhores e senhoras andando nas ruas, uns carregando suas sacolas cheias, outros a caminho da feira com carrinhos vazios. O bacana de encontrar essas pessoas nas ruas pela manhã é que elas olham para você, sorriem e te desejam um bom dia tão simpático que é impossível não deixar contagiar-se pelo bom humor.

Preciso esquecer de ajustar o despertador mais vezes.

Foooome!

Fome no meio da noite é treeevas!! A gente fica com cada vontade...
Lista de tudo o que eu tive vontade de comer essa noite:
  • Macarronada
  • Chocolate
  • O suco de manga
  • Batata frita
  • Sorvete
  • Miojo com batata
  • Cup Noodles
  • Sucrilhos
  • Bolo e leite com chocolate
  • Pipoca com refrigerante
  • Maria-mole
  • Omelete
  • Gelatina vermelha
  • Pastel
  • Fritopan (!!!)
  • Yakissoba
  • Panqueca
  • Pasteeeeeel!!!